Pintura “O Banho da Ninfa”, acrílico sobre madeira 50 x 30 cm
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Oct 30, 2025
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Arte
Pinturas
Caraumã
Mitologia
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Obra em tinta acrílica sobre painel de madeira, com 50 cm de altura por 30 cm de largura, inspirada nas águas tranquilas de igarapés.
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Caros leitores,
Após um tempo afastado para cuidar de alguns afazeres cotidianos, eis que encontrei um pouquinho de tempo para pintar, passar um tempo em silêncio contemplativo,
E estar diante de fazer algo que se ama pelo simples ato do fazer.
E, como resultado, apresento a pintura a seguir.
Há um tempo, tenho convivido em harmonia com o silêncio interior, e posso afirmar que há imagens que nascem do silêncio. E o “Banho da Ninfa” é uma delas.
Trata-se de uma obra em tinta acrílica sobre painel de madeira, com 50 cm de altura por 30 cm de largura, inspirada nas águas tranquilas de igarapés.
A cena mostra uma jovem de olhos verdes e cabelos castanhos, parcialmente imersa em um rio de tom esverdeado, cercada por nove ninfeias que flutuam em torno dela.
Seus cabelos flutuam suavemente, elevando-se sobre às águas esverdeadas que a abraçam.
Ela é a água, é a planta, é o rio.
Inspirada no mito romano de Diana, considerada uma deusa virgem e protetora do parto.
Historicamente, sabe-se que Diana, portadora da luz, muitas vezes associada também à luz da Lua, formava uma tríade com outras duas divindades romanas.
Egéria, a ninfa das águas, sua serva e parteira assistente. E Vírbio, o deus da floresta.
A pintura busca a integração entre corpo e natureza.
O painel de madeira reforça essa intenção. Sua textura natural acolhe a tinta e empresta calor à imagem, lembrando a matéria viva das árvores e o toque úmido da floresta.
O verde, em diferentes matizes, conduz a harmonia visual e estabelece a atmosfera que define a obra, a natureza como espaço e espírito. O branco e o vermelho, da lua e do sol, do feminino e do masculino, da pureza e da paixão.
E, conforme registro de Marco Túlio Cícero, ela, presente nas transições, transforma escuridão em luz. É também denominada deusa das três formas, e também Omnivaga (”vagando por toda parte”), não por causa da caça associada a sua contraparte grega em que foi inspirada, Ártemis, mas porque Diana é contada como um dos sete planetas.
E era associada ao parto porque as crianças nascem ocasionalmente após sete, ou mais frequentemente, após nove, revoluções lunares.
A jovem que carrega em si a união dos opostos, presente tanto neste mundo, quanto no próximo, flutua entre eles sem se perder em nenhum extremo, como a água que não se apega à forma, fluida e em eterna mudança.
“O Banho da Ninfa” busca capturar esse instante de convivência entre a figura humana, o ambiente e a transformação que se eleva do pântano das águas em direção ao céu, como símbolo de renovação do espírito.
Como a flor que emerge das águas escuras, limpa e sem se sujar.
Assim, em busca de contar um história em uma pintura sobre o silêncio da água e o olhar de quem se permite estar nela e banhar-se com leveza e bondade nos olhos e no coração, eis mais uma pintura.
por J. Caraumã (2025).