Espiral

date
Nov 14, 2025
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Arte
Poesia
Caraumã
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Poema de quem apanha a fruta, com a boca em um pedaço de fome.
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Espiral

Oh espiral, Mãe sem nome, Me leva leve daqui, Como quem rouba fruta E na boca um pedaço de fome Nu, pelado, assustado, No mundo, sozinho E lá estava você Espiral de beleza, Rodopio sem tempo, Que me arranca do ventre Pra enfim renascer Tu, meu deleite sereno Onde dormi, acordei, Onde paz encontrei Em ti caminhei, Tua verdade me vestiu Tua justiça bebi Onde ninguém viu Espiral de amor, chorei, Não me deixa voltar, Enquanto chora por mim, Tua lágrima me afoga, Me tira daqui em rodopio Vem me levar! Me leva pra outro lugar, Oh espiral, vem me salvar! Estou sozinho. No silêncio de um olhar, Não vá também me abandonar Quem foi você? Quem era eu? Espiral que gira, No centro, vazio Na borda, infinito. E eu, pequenino Girando contigo Me leva, Me tira Me guarde em ti, Lembra de mim Espiral de beleza Você é tudo Que me resta, Tudo que tive Se essa ilusão é a vida, Me deixe morrer.
por J. Caraumã, reflexões matinais em 14 de novembro de 2025.
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