Filha celeste

Filha celeste

Havia uma menina tímida, Que nasceu no exato instante Em que uma estrelinha tropeçou no céu. Não teve pai nem mãe, Nasceu foi de silêncios, Quem dela cuidou Foi um vento cheiroso de poesias. Falava pouco, mas pensava demais. Gostava de guardar em seus cabelos Pedaços de luar e perguntas descabidas. Vivia assim, Meio encantada, meio esquecida, Como se fosse um poema sem rima. Quando perguntavam, Dizia que era a filha mais nova do céu E, claro, que ninguém duvidava. Porque só ela sabia O caminho de volta Pra dentro de si. ⁂